sábado, 4 de outubro de 2014

Pausa não intencional!

Eu não estava pretendendo dar pausa na escrita desse blog - quase diário. Amo escrever, amo a dialética viver e narrar, narrar e viver. Mas, aconteceu, já faz mais de um mês que não sento para digitar/contar nada por aqui....

E para minha surpresa, mesmo hoje, mesmo agora, a vontade de escrever não vem...

Poderia dizer que é falta de tempo, ideia, excesso de trabalho, problemas e derivativos, mas honestamente enquanto se está vivo precisa-se trabalhar e enfrentar problemas então sei que não é isso.

Enfim, sem blá... blá... blá... Só passei para registrar que desde Agosto e agora em Setembro esse blog tem vivido uma pequena pausa. Honestamente espero que não dure, afinal há os desafios da Lu sobre os quais preciso falar e talvez hajam outras coisas mais...

Abraços, beijos e cheros aos transeuntes da internet que por aqui passam e até nosso próximo encontro, aqui ou em qualquer parte!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Blogagem Coletiva: Livros que Marcaram a Minha Infância


Quando a @Sybylla_ do Momentum Saga propôs a ideia de blogar a respeito dos "Livros que marcaram a infância" eu abracei de cara. Sim, eu sei que esse blog anda um pouquinho monocromático em relação a temáticas e eu tenho falado demais de livros... livros... livros... Mas gente, eu gosto tanto de falar de minhas leituras que não cair na tentação é impossível.

Enfim, a primeira grande marca literária de minha infância foi causada pela Bíblia, talvez por isso eu seja tão fascinada por literatura fantástica. Ela foi meu primeiro livro de leitura, claro a interpretação e acesso ao texto bíblico era mediada por uma versão infantil com linguagem mais acessível e pela presença de Voinho. Seu Pedro foi um avô carinhoso e excelente contador de histórias.

Para adultos, cujo pensamento é muito arraigado a logica e possuem uma cota de magoas significativas com os cristãos, a Bíblia pode não ter fascínio nenhum, mas para crianças o Velho Testamento tem seu charme. Ali encontramos um mundo criado em seis dias, Dilúvio, Torre de Babel, Jacó, José, Rebeca, crianças resgatadas do Nilo, pragas, nuvens de fogo, água fluindo da rocha, pão brotando da areia, pastor de ovelhas vencendo urso, leão e gigante para virar Rei. Talvez Davi tenha sido meu primeiro amor e decepção literária gritante, digo talvez pois mesmo agora não me sinto a vontade para admitir o meu amor infantil por ele. Demorei anos para perdoa-lo, minhas questões com ele eram capazes de azeda as pregações mais eloquentes kkkk

E bem, fora a Bíblia minha família não me colocava diretamente em contato com outros textos literários. Eu mesma costumava me colocar em contanto com os livros didáticos do meu tio. Livros didáticos de português são especialmente rico em diversos tipos de texto. E além disso eu dei a sorte de encontrar logo na primeira série a "Tia Shelly", quanto mais penso nela mais percebo o quanto ela era genialmente maluca. Tia Shelly falava sobre a necessidade das mulheres terem independência financeira com crianças de sete a oito anos, gritava muito e pedia desculpas por gritar muito, era meio barraqueira, fazia jogos de leitura e costumava nos levar para a biblioteca da escola nas sextas-feiras com permissão para levar 1 livro para casa, na próxima sexta nós devolvíamos e assim ia.

Foi graças a Tia Shelly que mergulhei no maravilhoso mundo de Hans Christian Andersen, Perraulte, Irmãos Grimm. Pois é, realidade não era o meu forte mesmo. Meu negocio era o mundo da fantasia. De todos os autores infantis o meu preferido sempre foi e continua sendo o Andersen. Chorei, sorrir e refleti com os textos dele! Amo a "Pequena Sereia" e seu amor resiliente e generoso, me inspiro no "Patinho Feio" para superar adversidades, me revolto com a continuidade da existência da "Pequena Vendedora de fósforos" em noites de Natal, me apaixono pelo "Soldadinho de Chumbo" e "O sino" continua sendo minha história favorita. Basta ouvir o sino da igreja tocando as seis horas que eu lembro e não consigo deixar de sorrir e ficar melancólica.

Depois da colaboração da Tia Shelly, eu contei com a ajuda da minha  tia Neide, irmã da minha mãe que me presenteou com duas edições de compilações de contos infantis das "Mil e Uma Noites" e dos Irmãos Grimm tão amada que não sobreviveu a minha infancia.

Também contei com a ajuda básica da minha vizinhança para manter meu habito de ler. Aqui em Nova Descoberta privacidade é algo que não existe, todo mundo sabe que amo ler, e quando o patrão de minha vizinha deu a ela um bom acervo de livros dos filhos dele ela me emprestou e com a ajuda de Glauce conheci a mala sem alça do Monteiro Lobato, Ivanhoé, amoooo demais, e Simbad, eu ainda quero ser Simbad.

Apesar de não morrer de amores por Lobato e odiar a Emília sobre todas as coisas, "Saci" e "Os 12 trabalhos de Hércules" foram leitura importantes para minha pessoa. Eu amo o Saci e Mitologia Grega e Monteiro Lobato foi brilhante ao transformar todas as histórias de Saci que ele conhecia nesse conto infantil, me introduziu no universo da mitologia grega, tão caro a mim, e eu amo o Visconde até hoje.

Ah, não posso deixar de citar "Ulisses entre o amor e a morte" do O. G. Rego de Carvalho. Esse livro fala de memórias de infância e adolescência em uma prosa poética emocionante, não é um livro infantil, embora fale de infância. Eu tinha nove anos quando roubei ele da bolsa de trabalho do meu pai, naquela época ele fazia a linha "Recife - São Luiz do Maranhão", alguém presenteou ele com o livro, meti corretivo na dedicatória, assinei meu nome e ele se tornou meu melhor amigo por anos.

Já disse que não fui uma criança cuidadosa?

Fica também a menção honrosa ao belíssimo "Entre a Espada e a Rosa" da Marina Colasanti, conheci esse livro na biblioteca da segunda escola na qual estudei, essa biblioteca nem existe mais, porém continua sendo meu lugar preferido no mundo o lugar no qual fui mais feliz. Ano passado reencontrei esse livro e quando volto a ler suas histórias é como se eu estivesse novamente nesse lugar de paz e luz do sol no qual eu consigo respirar.


______________

Esse post pertence a Blogagem Coletiva "Livros que marcaram a minha infância" proposta pelo Momentum Saga  outros posts podem ser encontrados nesse link 

Fran, Sybila, desculpem o atraso na postagem, eu passei o dia todo selecionando mentalmente as coisas que iria escrever, o post ficou enorme, eu sou prolixa, o texto deve está repleto de erros, depois revisarei tudo e linkarei todos os posts :)

sábado, 23 de agosto de 2014

Escreva [Citação 009]

"Estou pedindo que escrevam cartas, que incluam acontecimentos, coisas que tenham percebido, como a mudança das estações afeta vocês ou o cheiro das flores. Imaginem morar na Índia com um macaco. Expressem a alegria de beber uma simples limonada em um dia quente. Finjam ser estranhos em sua própria casa, onde acabaram de notar uma rachadura no teto. Seria uma passagem para um cômodo oculto? Escrevam cartas para alguém que vocês viram em um restaurante. Talvez uma pessoa famosa, viva ou morta. Ou talvez para seus personagens favoritos de um livro ou filme! Perguntem coisas sobre a vida deles, as escolhas que fizeram... Sejam curiosos e libertem a sua mente de abreviações."

(Professor Wistler, Claros Sinais de Loucura, p. 34, Karem Harrington)


__________

Não consegui evitar de da um pulo aqui madrugada a dentro e registrar as palavras do Professor Wistler. Também escrevo, amo escrever, gosto do que escrevo e  faço minhas as palavras dele.

"Claros sinais de loucura" da Karen Harrington, tem uma pegada de literatura infantil terna, delicada, sensível. A protagonista é a Sarah Nelson, menina de 12 anos com um passado delicado. Ela escreve diários, gosta de ler, de procurar o significado das palavras no dicionário e ocasionalmente criar seus próprios significados para as palavras, enquanto procura em si mesma sinais de loucura.

Me identifico muito com ela, aos 12 anos também costumava procurar em mim sinais de loucura. Hoje procuro sinais de sanidade, mas continuo escrevendo diários, gostando de ler, de procurar palavras no dicionário e criar meus próprios sentidos para elas.

domingo, 17 de agosto de 2014

"As crônicas do Gelo e Fogo" ou "Livros com cara de Inverno" [Desafio Calendário Literário]

Seguindo firme e forte pelo caminho do "Desafio Calendário Literário" proposto pelo blog "Aceita um Leite?", Julho foi o mês no qual a lei seria ler um livro no qual o Inverno ocupasse um lugar central. Seguindo firme e forte pelo caminho do relaxamento só agora, no meio de Agosto, eu consegui reunir forças para falar a respeito da minha leitura de de Julho, a saber os volumes 4 e 5 da celebrada e sangrenta série de George R. R. Martin "As crônicas do Gelo e Fogo".


Venho lendo essa série desde 2002, o volume 1 e 2 foram um sopro, uma leitura rápida e agitada durante a qual muitas paixões foram despertadas por meio mundo de personagens. Como  não amar os Starks de Winterfell, Tyrion Lannister, Jon Snow, Daenerys Targaryen e todos os outros? Martin conta sua história de maneira a enfatizar as forças quantos as fragilidades dos personagens, deixando um e outro entrarem e saírem de destaque, mostrando e escondendo o que há por trás dos atos de cada um deles tornando muito difícil para o leitor não se envolver afetivamente com um e com outro. Mas, com o avanço da história, pouco a pouco a parte épica das crônicas vai se perdendo em um oceano de sangue, dor, agonia e mortes horrendas.


Terminar de ler "A tormenta das espadas", vol. 3 da série, foi um tormento enorme e quase desistir do livro. Mas, quando a chuva começou a cair em Recife... Bem, sei lá. Em Recife não existe inverno, aqui é a "Terra do Sempre Verão", um lugar onde no máximo chove e o suave resfriar produzido pela chuva é chamado de frio... e em meio a esse falso inverno o barulho da chuva pareceu me fazer um convite a voltar a esse mundo no qual o Inverno pode ser, e comumente é, fatal.

Foi uma decisão acertada!

A leitura do "O festim dos corvos" se mostrou agradável, o Martim já se tornou um companheiro de caminhada cuja voz e o estilo eu conheço e tenho afeição, adquirir uma quase confiança na capacidade do velho sanguento de me oferecer uma boa história. Amo a forma como ele faz as ideias de Maquiavel, Rousseau e companhia dançarem diante de meus olhos. Gosto também de como ele trabalha com a ciência "História". Como ele prende seus personagem dentro de um limite de veracidade, mesmo quando dialoga com algo como magia, afinal nunca foi consenso que magia, milagres, deuses não existem. E quero casar e ter filhos com Martin quando ele fala sobre a escravidão, o quanto ela é lucrativa, o quanto é complicado abolir a escravidão e o quanto é absurdo esse regime de trabalho do ponto de vista humano.


As pessoas esquecem, ou fingem esquecer, mas o Brasil é um país cujas bases econômicas-sociais-politicas mais antigas foram construídos através da escravidão. O comercio sangrento fez a fortuna de muitos homens e mulheres dos dois lados do Atlântico. A Princesa Izabel perdeu sua coroa quando cedeu aos altos clamores, muito altos mesmo, da população pela Abolição. E nós ainda não nos livramos da escoria que fomentou e se alimentou desse regime de trabalho. Senadores, deputados, ricos proprietários em sua maioria são herdeiros de proprietários, comerciantes e traficantes de escravos. Passaram-se pouco mais de cem anos depois daquele 13 de outubro de 1888 e ainda temos muitos "Sábios Mestres Yunkaitas" a vencer em disputas politicas.

Amei muito e mais ainda ouvir a Dany dizer:
"Escravidão não é o mesmo que chuva. Já tomei chuva, e já fui vendida. Não é o mesmo. Nenhum homem quer ser propriedade de alguém." (George R. R. Martin, A dança dos dragões, p. 243).
Obviamente não posso negar o quanto esse malvado é prolixo. Alguns autores escrevem de forma a não deixar nem uma pobre virgula sobrando, Martin deixa o alfabeto latino, árabe, japonês e chines inteiros junto com todo os sistemas de pontuação já inventados sobrando, se espremer todas as palavras que ele deixa sobrar de cada livro da para escrever mais dois. Bem, eu sei, sou a ultima pessoa que devia criticar isso no mundo, em meus posts reina a prolixidade, mas quem resiste a uma dose de veneno?!?!? hsuausah

Eu tenho vontade de comentar a respeito dos eventos de "O festim dos Corvos" e da "A Dança dos Dragões", mas eu não sou uma mega blogueira que escreve para milhares de pessoas no mundo, metade das pessoas que leem meu blog ignoram lindamente a obra de Martin a outra acompanha apenas a série da HBO "Games of the thrones" e seria pura sacanagem dar spoilers, então vou ficando por aqui.

Só faço questão de registrar aqui meu amor por Jon Snow, Tyrion e Jayme Lannister, Daenerys Targaryen, Missandei, Brienne de Tarth, Asha Greyjoy, Verme Cinzento (#AmoEsseUm), Sor Barristan Selmy, por Dorne, pelas "Serpentes de Areia" e todo "Povo Livre".
___________

Esse post faz parte do "Desafio Calendário Literário",
proposto pelo blog "Aceita um leite?".

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Irmãos [Citação 008]

"Irmãos são capazes de fazer aflorar a criança de 8 anos que vive em nós." (Julia Quinn, "Os segredos de Colin Bridgerton")

______________________________________________________________


A Julia Quinn é uma autora cujos livros, do inicio ao fim, leio com um sorriso no rosto. Me divirto muito e mais ainda lendo seus textos, especialmente quando ela me faz lembrar de como a convivência entre irmãos pode até amadurecer, mas a infância sempre fica conosco.