quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Meme Literário de Um Mês 2012: Dia 31 - Qual o livro que você leu esse ano que mais gostou?

É difícil dizer qual foi o melhor, mas pensando bem talvez o melhor tenha sido o "Gota de Sangue" do Fábio Brazil.

Como todo mundo sabe eu sempre entorto o nariz para romances policias, então confesso que mesmo o livro tendo sido bem recomendado eu ainda fiquei muito reticente a respeito de traze-lo para minha vida tediosa que sempre parece ser mais tediosa ainda quando leio romances policiais.

Mas, cai no blog "Fósforo" e vi na resenha que foi feita por lá um comentário do autor que me deixou com aquela sensação de tenho que ler desse cara agora, recorto e colo parte do comentário:

"O que eu acho discutível é esse olhar muito preso aos gêneros; livros são bem ou mal escritos, o autor tenta atuar sobre o código verbal ou apenas usá-lo, o resultado exige do leitor ou apenas o apassiva.Os gêneros servem como classificações gerais, mas que muitas vezes mais escondem do que revelam, chamar Graciliano Ramos de regionalista mais atrapalha do que ilumina, idem para Guimarães. Nesse sentido, o GOTA poderia ser classificado como regionalista, em relação a São Paulo; romance histórico, em relação às eleições de 85; encomiástico, em relação a Mário de Andrade e policial, em relação à trama repousar sobre um crime e a descoberta de seu autor."

Bem, o "O gota de sangue" é mesmo um livro de difícil classificação, mas é muito fácil afirmar que trata-se de uma obra muito bem escrita, com uma maravilhosa narrativa, um protagonista muito real e um panorama da cidade de São Paulo fora de série.

É impressionante a pesquisa histórica e os sujeitos que emergem da narrativa enquanto Lúcio vai em busca do responsável pelo curioso crime que movimenta a trama, é impressionante o trabalho de editoração (é assim que se fala?) na produção do livro que é cheio de detalhes deliciosos, sem contar que o texto não esgota na primeira leitura, nenhum texto esgota na verdade, mas alguns esgotam menos...

Pós-leitura, desenvolvi um afeto imenso por esse livro e pelo Lúcio, se eu não estivesse excluído totalmente os personagens masculinos da minha lista de 3 personagens literários favoritos (do momento porque eu mudo de livro favorito e de personagem favorito com facilidade) o Lúcio poderia facilmente está por lá junto ao Eduardo, do conto "Eduardo e Deus" (ultimo conto do livro Risíveis Amores), o Tomas de A Insustentável Leveza do sero Leamas do “O Espião que Saiu do Frio”, o Mr. Darcy de Orgulho e Preconceito, o Kevin do Ironias do Destino (bora vê néh Christian?!?!), entre outros...
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E assim, para minha alegria e pena, o Meme Literário de Um Mês 2012 promovido pelo Happy Batatinha chega ao fim.

Foi legal falar de meus livros, personagens e derivativos,  matei minha vontade de participar do Meme, mas não sei se farei isso novamente. O blog ficou monocromático demais, minha vida não é só livro e como eu não me sinto confortável para postar mais de um texto por dia no blog deixei de registrar algumas coisas importantes que me ocorreram em Outubro.

E sim, vou tentar passar um bom tempo sem tocar no assunto livros por essas bandas, dando assim uma folga aos companheiros de virtualidade de minha nerdice crônica.

Muito obrigada a tod@s e que venha novembro, espero que ele traga consigo alguma realização positiva e menos sono... Que Deus nos ajude!!!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Meme Literário de Um Mês 2012: Dia 30 - Qual o livro que você leu esse ano que menos gostou?

Cinquenta tons de cinza não é que o livro seja péssimo, horrível ou o pior que li na vida. Confesso que se tivesse encontrado ele entre algum livro da Série Momentos Íntimos eu diria até que é um livro regular, por ser de fácil leitura.

Mas, no formato no qual foi lançado, com toda a pompa, glória e barulho, ele se torna um texto que promete muito e entrega pouco, é uma enganação.

Não sou contra livro do tipo "Momentos Íntimos" com cenas sensuais, textos simples, adoráveis pervertidos  irreais do cabelo a medula e heroínas inocentes, sortudas e improváveis, eu já li muitos dessa série. Mas sou rigorosamente contra anunciar um livro nesse formato como se fosse a última novidade do pacote das novidades literárias e ainda chamar de pornô para mamães, como se as mães fossem seres com desejos sexuais reprimidos e capacidade intelectual inferior para distingui um livro ruim de um bom e derivativos.

Eu penso que se as mamães quiserem ler pornografia ou tiverem o habito de fazer isso, elas facilmente encontrarão coisa muito melhor 50 tons, elas vão da lista da Série Momentos Íntimos para cima com muita facilidade. Mamães não são otárias em potencial sofrendo de falta de senso critico cronica, a maternidade não transforma ninguém em otária.

Por isso foi o pior livro do ano vai para ele, pela enganação, pela não-novidade vestida de novidade, um livro que só fez esse sucesso assustador porque uma cultura hegemônica sempre é uma cultura hegemônica  #OpiniãoPessoal


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Blogagem Coletiva Lendas Urbanas: Cumade Fulozinha

Há quem diga que a lenda de Cumade Fulozinha, uma menina de longos cabelos negros, muito lisos que mora nas matas e é responsável por sua proteção é uma história totalmente rural, mas Nova Descoberta é um bairro que surgiu majoritariamente a partir da década de 1950 e as casas foram avançando através da mata que existia aqui então muitos dos moradores de meu bairro tem muita história para contar sobre esse personagem.

Minha mãe conta que meu bisavô Arthur, homem taciturno, caladão, cheio de manias, cujo passatempo maior era caçar, ao se preparar para se embrenhar nas matas jamais deixou de preparar um rolo de fumo para deixar a Cumade e nunca deixou de se portar com respeito em seu território, caçando apenas aquilo que seria consumido na refeição e em hipótese alguma proferindo palavras feias ou de baixo calão no terreno a ela pertencente.

Tudo isso era mata antes de 1950.
Mas, quem realmente afirma a realidade da existência desse personagem é o primo Bastião. O primo Bastião conta que quando jovem se embrenhou na mata para caçar com os outros primos, porém resolveu em um arroubo da juventude não deixar fumo para Cumade Fulozinha, ato que sozinho já foi suficiente para deixar todos os outros primos amedrontados e suspeitosos em relação a qualquer pé de vento ou barulhinho de bicho.

A atitude pretensiosa dele deixou todos amedrontados e irritados tanto que logo começaram a recrimina-lo por tamanha falta de prudencia. Homem nordestino, ignorante até o talo, e no calor da juventude, ele logo se irritou com todos eles e começou a falar palavrões e xingamentos baixos em plena mata. "Que Cumade Fulozinha que nada! Isso não existe!Vocês vão ver! Olha só o que digo para essa Cumade #%&*#$%&*".

Diante de tamanha falta de prudencia os outros primos se recusaram a continuar em companhia dele e voltaram para casa abandonando o primo Bastião sozinho na caçada.

Uma vez sozinho o primo Bastião conta que de repente ele se viu em uma clareira com mato baixo e um silêncio de morte se fez na mata, não se ouvia nem um pio de passarinho, nem um barulhinho de galho quebrando, nada de nada até que um vento frio soprou desafiando o calor do sol e de repente apareceu diante dele uma menina de mais ou menos um metro e meio de altura, cabelos negros chegando aos pés divididos em duas longas tranças que apenas questionou: "Então você não deixa meu fumo e ainda fala palavrão na minha mata! Vamos ver se eu não existo!".

Ao vê-la se aproximando o primo Bastião conta que se pôs a correr desesperadamente mata a fora com ela em seu encalço lhe chicoteando o corpo todo com as tranças do cabelo até deixa-lo meio morto e completamente chicoteado, cheio de vergões pelo corpo todo em um castigo exemplar para a sua má conduta.

Se é verdade ou mentira eu não sei, mas realmente ele chegou em casa meio morto depois dessa aventura, com o corpo todo coberto de vergões e até hoje jamais esquece de levar o fumo de rolo e não falar palavrões ou desafiar aquilo que ele não entende quando está dentro de uma mata.
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E essa foi a minha participação na Blogagem Coletiva: Lendas Urbanas, proposta pelo Christian V. Louis do Escritos Lisérgicos.

Tá, quem me contou essa história não foi o primo Bastião e sim, se a memória não me trai, minha tia-avó Edite (Didi), eu não vejo o primo há mais de duas décadas, mas conta-se que realmente ocorreu dele ir caçar com os outros primos, ser deixado sozinho na mata e voltar para casa todo lapiado culpando a Cumade Fulozinha pelo ocorrido.

No blog "O historiador e o tempo" é possível encontrar o texto "Comadre Fulozinha: a dona das matas" cujo conteúdo esclarece um pouco mais a cerca desse personagem característico da cultura nordestina.

Meme Literário de Um Mês: Dia 29 - Qual foi o último livro que você comprou?


O Um pouco de nós, pelo motivo mais obvio do mundo:
Eu faço parte da história desse livro!!!