quarta-feira, 30 de maio de 2012

O livro que achei no lixo: A caligrafia de Dona Sofia.

Realmente, nós podemos até nos enganar em relação a isso, mas o Brasil não é um país de leitores e não, fazer comercial na TV aberta incentivando a leitura e derivativos ou mostrar um personagem apático de novela das oito lendo não pode ser classificado como um esforço no sentido de tornar o "Brasil um país de leitores".

Se o que eu disse no paragrafo acima se confirma ou não eu não sei ao certo, mas nesse momento, enquanto olho para o livro maravilhoso que achei no lixo sendo castigado pela chuva é o que sinto, é o que penso.

Em setembro do ano passado na Abertura da Bienal do livro do Rio de Janeiro a ministra da Cultura Ana de Hollanda disse: "Neste ano não teremos mais nenhum município no Brasil sem biblioteca." Obviamente esta foi uma promessa vazia e eu aposto que nas listas das prioridades municipais Brasil a fora não consta bibliotecas e mesmo que constasse é preciso muito mais que um livro na mão para se construir um leitor e esse livro jogado na rua é uma prova cabal disso...


Putz e nem pense que jogaram fora um livro feio ou desconjuntado: "A caligrafia de Dona Sofia" é um livro lindo, com uma história fascinante, ricamente ilustrado cujo tema é justamente o florescer do amor a poesia.


Na história de Andre Neves, Dona Sofia é uma professora aposentada que mora no alto de uma colina. Ela é tão apaixonada por poesia que esse amor transborda e leva ela a escrever poesias pelas paredes, cortinas, portas, chão... todos os cantos de sua casa e de sua vida são cobertos de poesia...

E insatisfeita por ter sua vida tão cheia seu amor transborda mais ainda e ela começa a escrever cartas para as pessoas da cidade com poesias dos mais variados autores do mundo.

Nessa tarefa dona Sofia conta com a ajuda de seu amigo o carteiro Seu Ananias, que até gosta de ler, mas tem uma caligrafia sofrível. Um dia até o seu Ananias, que entrega cartas a tantos anos e nunca recebeu nenhuma, recebe uma poesia e isso muda a vida dele, ou melhor a visão que ele tem da vida de forma linda e lirica.


E os dois se tornam ainda mais companheiros no trabalho de espalhar a poesia por todos os cantos possíveis e imaginados da cidade...

Não só pela história, mas pela forma como o livro foi construído quem tem "A caligrafia de Dona Sofia" nas mãos se sente de porte de uma obra de arte rica... Todas as páginas são repletas de versos, tudo nele respira lirismo em linguagem simples e acessível a todas as idades... Os personagens tem um ar divertido e tudo caminha para a construção de uma cidade melhor através do aprendizado da leitura da poesia.

Chega a ser irônico perceber que justamente esse livro foi jogado fora... Ai é que nós percebemos que estamos mergulhados em uma cultura que não valoriza a palavra escrita ou o conhecimento como forma de melhorar a qualidade de vida. As pessoas independente de sua posição social não pensam que ser um leitor é primordial para seu sucesso como ser humano.

Me parece que no Brasil as pessoas acham que "gostar de ler" é apenas a cereja do sorvete, um detalhe bonitinho, mas nem um pouco fundamental para a sobrevivência. A leitura é um enfeite que alguns podem se dar ao luxo de ter e outros não... O importante é ter grana não livros...

Me parece que há algo definitivamente errado nessa forma de se perceber as coisas, ao mesmo tempo eu me pergunto se é possível mudar isso... Bem, os meus manuais de história e antropologia dizem que a cultura, esse teia de significados nas quais estamos presos, não é algo natural. Tudo na teia é uma construção histórica e tudo o que foi construído pode ser desconstruído...

Tenhamos fé... Quem sabe dentro dos próximos anos nós possamos construir através de nossas práticas um país no qual as pessoas compreendam o valor da leitura não apenas como uma cereja, mas como a massa do bolo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Entre os livros de minha mãe, Lisbela e Eu!!!

Maio é o mês das mães e eu percebo que ele está indo embora e eu ainda nada falei sobre esse tema e hoje mexendo em meus livros me deparei com minha já nascida velha coleção de romances, foi impossível não sorrir complacente para eles e ter vontade de escrever essa postagem.


Mainha e eu nos tornamos ao longo de minha infância e adolescência grandes amigas, sempre compartilhamos nossos segredos, sonhos, passado, presente e expectativas para o futuro.

sábado, 26 de maio de 2012

Minha amiga ninfa!


Eu vi a Wikipédia essa definição para ninfas:

"Muitas vezes, ninfas compõem o aspecto de variados deuses e deusas... as ninfas seriam fadas sem asas, leves e delicadas... Ninfa deriva do grego nimphe (Νύμφε), que significa "noiva", "velado", "botão de rosa", dentre muitos outros significados. As ninfas são espíritos, habitantes dos lagos e riachos, bosques, florestas, prados e montanhas."

Essa é a definição corriqueira, nós também encontramos uma definição semelhante nos manuais de história e derivativos, mas eu confesso que minha definição de ninfa passa pela minha definição de Claudineia. Pessoa querida, fofa, amiga para qualquer hora, inclusive para as horas de angústias existenciais e dramas mexicanos, minha especialidade néh amiga?!?!


Bem, hoje é o dia de minha amiga ninfa, Claudineia completar mais uma primavera e eu não quis e nem posso deixar de registrar aqui meus votos a ela!

"Amiga, que todos os seus sonhos se realizem, que haja paz em sua casa, que você possa ser feliz, e que mesmo em dias de tempestade você consiga enxergar A luz, que nossa amizade ultrapasse os portões da eternidade."


"Amiga, Deus te revelou a mim
Leva o meu coração contigo
Guarda o meu coração amigo"

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Tempestade...


Não sei ou sei porque ando com um humor um tanto quanto melancólico, com aquela sensação de dever não cumprido de coisas a fazer e uma grande enorme incapacidade de fazer o que quer que seja...

Acho que estou com muita vontade de usar essa página do blog para ficar de mimimimimii, tempestade em copo d´água, desabafar angústia, sei lá, nem que seja só por hoje... preciso de um Momento Desamparo...

E bem, não quero sair por ai postando em redes sociais, conversar com família tá fora de questão.... Ligar para minhas amigas nem pensar.

Todos que me são próximos parecem e tem grandes problemas no momento... Pensei em ligar para alguém, escrever algum e-mail ou algumas cartas...

Mas não quero usar palavras minhas para exprimir o que sinto... só piso e repiso palavras alheias enquanto desejo sumir do mapa como se nunca tivesse existido nele, sem causar transtornos a ninguém, sem deixar nenhuma lembrança que "arda que fira ou que mova"...

E nessas horas... passa um desfile de textos pela minha mente...


"Ó meu coração, torna para trás.
Onde vais a correr, desatinado?
Meus olhos incendidos que o pecado
Queimou! o sol! Volvei, noites de paz."

Fernando Pessoa

"O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.

Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso."

Sahge:

"Como morrem os anjos?
Como abraçam o vazio os homens alados, cujos sonhos voam?

Morrem como morrem todos os homens,
Sozinhos e com medo, antes que a cortina caia.
Lançando no eterno a esperança de alcançar o mar infinito
O verde e o campo onde caminhariam para sempre."

Carlos Pena Filho:

"São trinta copos de chope,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrado.”

Salomão:

"Vaidade de vaidade diz o pregador, vaidade de vaidade! Tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.
Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volata ao seu lugar de onde nasceu
...
Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir."
(Eclesiastes 1. 2 ao 5, 8)

E sim, é um drama só... uma tempestade em copo d'água...


Ah, no final quando fui ver uma imagem para o post dei de cara com essa tempestade e não resistir... Me lembrei do Sr. Tio Verden que confessa vez ou outra ser dado a lamúrias... É tio, sou mesmo sua sobrinha, ainda que adotada! Menos mal, pois já diz o ditado "Quem sai aos seus não degenera!".


E depois dessa vou dormi que meu mal também é sono...


"Se eu fosse a Bela Adormecida, espetaria novamente o dedo na roca de fiar e dormiria por mais cem anos." (Gabriela)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Os Vingadores, o filme!


Hoje estou lá no blog da Michele Lima Notas de Rodapé e, como de praxe, convido a quem se interessar a passar lá e conferir minhas impressões sobre o filme "Os Vingadores" clicando no link: