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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Futebol, Santa Cruz e eu: entre paixões e lembranças!!!

Um dia desses, isso já faz um tempinho (as vezes me assusta como o tempo passa  e os amigos virtuais permanecem), estava navegando em um blog de um amigo meu e vi um texto que falava sobre monges e futebol... ele encontrou dois monges, um budista e um cristão conversando no metro...

Bem, meu amigo não gostou muito da experiência porque os monges falavam sobre futebol, se frustrou... afinal entre tantas coisas que dois herdeiros de culturas tão complexas poderiam conversar a última coisa que normalmente se pensa é que ele iriam falar sobre futebol e nem mesmo falavam de times diferentes...

É, realmente o mundo está perdido e todos possuem o sagrado direito a serem ceticos, irônicos e o diabo a quatro... mesmo eu me permito ser uma metralhadora sarcástica, contudo isso não vem ao caso, hoje!!!

Quando eu li esse texto, tive vários pensamentos quase que simultâneos, primeiro achei muita graça da experiência dele e depois pensei no exótico da situação e que eu adoraria conhecer esses dois monges... Ah, eu em uma situação dessa em três tempos viraria amiga de infância dos monges... Que coisas mais exóticas, religiosos fãs de futebol, TORCEDORES...

O que será que fez desses homens torcedores? Que experiências emocionais tiveram com seus respectivos times? O que fazem eles gostarem de futebol? O que fiz desses torcedores religiosos? Eram torcedores primeiro e depois religiosos? Ou religiosos e depois torcedores? Como conciliam o amor ao time e o amor a sua fé? Eu, como pessoa de fé que sou, devota de uma religião de dois milênios, me interesso, até demais, pela fé alheia!!!

E que ninguém duvide da minha capacidade de conversar com estranhos e transforma-los em amigos de infância tão rápido que até eu tenho medo, os monges seriam vitimas em potencial... Um amigo diz que eu sou capaz de fazer amizades até com árvores (claro ele diz isso para justificar o fato de sempre me deixa sozinha no meio de cidades estranhas, nas quais se inclui Tiradentes, Belém do Pará, Juazeiro, União dos Palmares entre outras) e  uma amiga me classificou como sedutora (o que é um exagero se vc pensar que to a mais de ano sem namorado_sozinha e penando).

A questão é que a paixão que as pessoas tem por futebol e por um clube em especial sempre me intriga, o que faz de homens e mulheres torcedores de uma equipe, pessoas unidas sobre um brasão e derivativos sempre me intriga... as vezes essa paixão me parece uma bobagem tão grande que não consigo deixar de parar, observar e ponderar sobre isso...

Caraca o Santa Cruz, o time que torço, disputa a série D do campeonato brasileiro, mas consegue reunir em torno de um jogo 25.000 pagantes e ao ganhar se torna reportagem de capa não só jornais populares:

Folha de Pernambuco de 16 de Agosto de 2010.

Como também alvo de megas reportagens com fotos coloridas e tudo de jornais respeitados da cidade:

Pagina central do Caderno de Esporte do Jornal do Comercio!

Ninguém venha me dizer que a paixão que as pessoas tem por esse time é cultivada e incentivada pela midia, pq francamente à mídia interessaria muito mais que todos os brasileiros torcessem por algum time do Rio de Janeiro ou São Paulo e seria infinitamente mais comodo as rádios e TVs transmitir para todo o Brasil os jogos de lá e não os de cá, que ocorrem em cidades perdidas no meio do nada entre times de pouca ou nenhuma expressão.

Aqui o que acontece é que a paixão dos torcedores obriga que as TVs e rádios locais abandonem as transmissões dos jogos do Sudeste e cubram os locais, a insistências dos torcedores em se manterem fieis a seus times faz com que os jogos sejam transmitidos e que os jornais se curvem e falem até a exaustão sobre os jogos, os jogadores, os sucessos, as venturas e desventuras das equipes e eu sempre fico besta com toda essa coisa tola que é o futebol.

 
Festa dos jogadores do Santa...

O que me intriga não é a importância ou a desimportância do futebol, o que me intriga é como as pessoas se tornam torcedoras e o sentimento que as envolve e o porque desse sentimento... Uma loucura tão grande, um frenesi tão intenso... uma coisa de gente louca que é sã... Sei lá... O que me fez torcedora do Santa Cruz  começou com o fato de meu pai sempre ouvir as resenhas desportivas diariamente, manhã e noite, de segunda a segunda e terminou com o dia quando, no meio dos meninos, eu estava na quinta série, entrei em uma discussão sobre futebol e percebi com espanto (não sei quem se espantou mais: eu ou os meus colegas barulhentos) que eu sabia tanto quanto qualquer um deles sobre futebol... Aaaahhh.... Goool da irmanzinha CDF...  Ganhei sem querer o respeito dos meninos mais bagunceiros da sala e isso me fez TORCEDORA!!!!

Os meninos gostavam de mim e eu gostava deles, amor correspondido. Mais tarde quando meu gosto pela leitura se afunilou eu troquei muitas vezes o silêncio da biblioteca pelo barulho deles, eu gostava de ler entre os meninos, muito embora eles gostassem de me atrapalhar a leitura, não tinha problema eu sempre fui de reler os livros... A propósito, na escola em que estudei o que menos tínhamos era aula,  por isso se tinha muito tempo para fazer o que a gente quisesse e imaginasse na sala de aula... no época do vestibular todos tivemos o prazer (ou desprazer) de ver o resultado, tive sorte na minha escolha do que fazer, os meninos nem tanto.

E acho que falar dos meus amigos me fez perder o foco do que eu realmente estava interessada em falar hoje... Bem, seja como for, o jogo de ontem ganhou ares de decisão, o Santa Cruz ganhou um jogo da serie D e no entanto parece que ganhou um campeonato... Os torcedores estão em polvorosa, cheios de... ALEGRIA??? Ou ILUSÃO??? Eu não sei...

Não ignoro que estamos a beira de uma eleição, a propaganda/lixo visual que se espalha pela rua não me permite o esquecimento, que a fome continua varrendo as grandes cidades, que os desabrigados da chuva continuam sendo muitos, que as barreiras ainda estão por serem construídas nos subúrbios de Recife, que o sistema de educação continua péssimo, assim como o de saúde, não ignoro nada disso e tenho experiências diárias com tudo isso demais para esquecer nem que seja por um momento... mas hoje... me permito ficar satisfeita porque meu time da 4ª divisão ganhou a rodada do fim de semana e estampa as paginas não só dos jornais mais popularescos da cidade, mas de todos os jornais da cidade e sei que isso é resistência cultural.

O Fluminense ganhou, o Palmeiras também, mas aqui em Recife não se fala dos grandes times que as emissoras de televisão dizem ser grandes, aqui se fala do time que as pessoas daqui acham importante, não é de cima para baixo é de baixo para cima.

E enquanto me permito essa felicidade fútil não me permito deixar de trabalhar para que chegue o dia em que as pessoas imponham a jornais, revistas e tudo o mais discussões que tenham haver não só com o sucesso de seus times do coração, mas também de coisas que melhorem suas qualidades de vida e as tornem intelectual e humanamente melhores de verdade... Enquanto esse dia não chega, vou sorrindo de meu gosto absurdo por futebol e pelo alegria barulhenta que ele trás.

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Ah, meu gosto pelo futebol não me faz uma torcedora da Seleção Brasileira, torço unicamente pelo Santa Cruz e não torço contra alguns time do sul/sudeste por amor a alguns amigos... Aff... Internet dos infernos que nos faz conhecer pessoas dos mais diversos lugares com as mais diversas paixões, adorava odiar todo e qualquer time do Sul/Sudeste, hoje sou obrigada a não odiar alguns times em respeito a alguns amigos apaixonados por certos times e que respeitam o meu....

Nunca esqueço a experiência que tive em Belém, as meninas loucas para conversar com um grupo de cariocas bonitinhos, antes que elas elaborassem qualquer estratégia eu já estava sentada entre eles, tomando sorvete e comentando o jogo... Precisa dizer que o queixo das meninas caiu???

Também não esqueço um amigo de Minas Gerais que sabe o hino do Santa Cruz, tudo bem que não é hino mais difícil do mundo, mas nunca mais torço contra o Atlético Mineiro...

Também diminuir muito meu desamor contra o Flamengo, a maior torcida do Brasil não é a do Flamengo e sim a que torce contra o Flamengo...

O Internacional ganhou minha simpatia quando descobrir que é o time onde primeiro jogaram homens de cor no Sul do país... Amante da história Afro-brasileira e da estética afro, não posso deixar de admirar tal time, embora tenha ficado feliz com a vitória do Fluminense na rodada do fim de semana, os colorados são muito chatos (com excessão da Tita que é ótima em todos os sentidos) rsrsrs...

Enfim.... coisas de meu momento atual, será que daqui há alguns anos vou achar futebol uma coisa que não vale a pena???? Hum... seja como for... Diários são diários... e é preciso registrar!!!
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Ah, com o passar dos anos eu me tornei mais displicente com o futebol, falta-me tempo para ser torcedora e derivativos, desde o vestibular parei de acompanhar os campeonatos e as equipes.... A muito tempo deixei de ser compenetrada nesse projeto, são tantas outras paixões que está acaba diminuindo, mas vez ou outra uma grande derrota ou uma grande vitória me chamam a atenção e novamente me torno torcedora... Mas, já se foi há muito o tempo em que eu realmente era boa nisso e me dedicava a resenhas esportivas e coisas do gênero!!

sábado, 3 de julho de 2010

Saldo da Copa do Mundo!

Não, não sou fã da Seleção Brasileira, gosto de futebol sim, mas não o tipo que torce pela Seleção Brasileira loucamente, que pinta o rosto de verde amarelo, que vibra feito uma louca a cada gool e chora todas as pitangas após cada derrota, mas sou obrigada a admitir que no Brasil, ou talvez na minha casa pelo menos, a copa do mundo divide época, marca época e sempre modifica de alguma forma nossas vidas e virá memória afetiva.

E essa copa trouxe também suas marcas, primeiro pq percebi que fazem exatos quatro anos que eu trabalho como educadora, na última copa eu trabalhava em uma escolinha como professora primaria e o primeiro jogo da copa eu assistir na sala de vídeo da escolinha com meus pequenos enquanto escrevia na agenda deles o dever de casa do dia e um recado desaforado para a mãe de alguém (a filha dela estava com os exercícios de uma semana atrasados e eu era uma professora primaria cobrativa e desaforada, amava tratar com os pais, odiava tratar com as mães, ainda sou uma educadora infantil cobrativa e desaforada... rsrsrs), também estava na Universidade, terceiro período, muitos trabalhos... muita dor de cabeça, muito giz no cabelo e muita crise de rinite, sinusite e asma que não rima, mas combina muito com tudo isso.

Agora eu sou uma orgulhosa educadora infantil e Educadora em História, fazendo bicos como profesora de História e empregada pela prefeitura da cidade e descobrir que funcionarios publicos amam a copa, afinal cada jogo que ocorre antes de meio-dia significa um dia de folga e cada jogo que ocorre após o meio-dia significa que você vai largar cedo e isso faz com que todos nós nos torne-mos mercenários torcedores da Seleção Canarinha, até quem não gosta do negocio resolver torce com segundas, terceiras e quartas intensões.

Esse ano fui torcer na casa de uma amiga de trabalho junto com outras amigas, foi ótimo!!! A família dela torce de verdade e todos estavam dentro de um clima gostoso de união de pensamentos e intensões, vibrando, acreditando, sendo uma família e como a família dela é linda, as duas sobrinhas dela são lindas, são lindinhas e fofinhas como as fadinhas daquele desenho o "Clube das Winks",  e conhecer as sobrinhas  Winks da minha amiga foi meu primeiro saldo positivo da copa.

Conhecer as "Winks" foi meu primeiro saldo positivo da copa!

Também pude conhecer melhor o sobrinho gremlin dela, como gosto muito de criança de todo jeito, sejam as mais meiguinhas ou as mais aguniadinhas para mim foi ótimo conhecer melhor o pequeno gremlin da minha amiga foi o segundo saldo positivo da Copa do Mundo, o que significa também que durante o primeiro jogo da Seleção, novamente, eu fiz qualquer coisa, menos me concentrar no jogo da Seleção. Brinquei com o pequeno, comi salgadinhos, tomei coca-cola, ri bastante, perturbei um pouco aqui, toquei um mini-vuvuzela ali, brinquei novamente com o pequeno... há comemorei o gool da seleção também... mas... enfim... o melhor do dia não foi a atuação porca da seleção contra a Coreia.

E sim, não posso esquecer de que essa coisa toda de futebol e copa também me rendeu a oportunidade de participar da 16a. Edição do Palavras Mil, falando  sobre "SONHO, BOLA E FUTEBOL". Foi ótimo participar desse projeto.

Realmente, sempre viajo muito quando vejo crianças jogando futebol em qualquer época, uma vez que sei o quanto o futebol mexe com as pessoas no Brasil e com o imaginário infantil. Assim como sei como é difícil ser criança em um país subdesenvolvido, cheio de problemas sociais de toda ordem que sofre com a má distribuição de renda e apesar de ser a próxima sede da copa do mundo não mostra que está se importando muito em garantir a essas crianças a possibilidade de um futuro decente, embora esse seja um direito que toda criança possui desde o dia de seu nascimento.

E por fim, o ultimo saldo positivo da copa, foram os textos do Duelo de Escritores, todos escritos no clima da copa e muito bons também, redescobrir um futebol que faz parte da literatura e uma literatura que faz parte do futebol e como alguém me disse "ler é o melhor remédio".

No final das contas, como o Brasil já não disputa mais a copa, não tenho mais meus feriados e meio feriados, logo para mim a copa meio que acabou... nada mais justo que fazer o balanço que esse evento trouxe ou não para mim nesse ano. É sempre bom grava na rocha, na madeira, no papel ou no blog aquilo que não queremos esquecer.

No mais, que venham as próximas copas! Dizem os teóricos da conspiração, que poucos minutos após o "dramático" jogo da seleção já lotavam minha caixa de entrada com e-mails, que a próxima copa é nossa! Se será ou não eu não sei, mas quero ver onde estarei daqui a quatro anos, tenho lá meus planos, realiza-los já são coisas para outros tantos quatro anos...