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domingo, 30 de julho de 2023

Imagineland 2023 em João Pessoa - Paraíba


Entre a última sexta-feira, dia 29 de Julho, e hoje, domingo, está acontecendo em João Pessoa - Paraíba, o "Imagineland", um evento voltando para a ideia de juntar pessoas que gostem de música, games, filmes, séries, cosplay, HQs e derivativos. O evento se propôs a trazer autores e autoras que estiveram envolvidos na produção de várias Histórias em Quadrinhos que gosto bastante, então decidi fazer um esforço de vontade e me deslocar de Vitória de Santo Antão para João Pessoa e viver essa experiência com Alexandre e Gisele.

segunda-feira, 14 de março de 2016

"Hamlet: Príncipe da Dinamarca" de Shakespeare

Era uma vez uma pessoa mergulhada em um momento de total bad vibe. Passeando pela floresta do alheamento ela decide fazer algo inusitado. Mas, qual seria esse algo?

Passear no parque?
Assisti uma comédia no cinema?
Ir a praia com as amigas?
Nãooooooooooooooooooooooo!
Nada disso!
Isso tudo não convém!
Ela vai ler uma das tragédias mais famosas dos últimos séculos!


Meu desejo de ler "Hamlet: príncipe da Dinamarca" não é recente. Essa edição chegou até mim em 2011 através de uma brincadeira de troca-troca de livros entre blogueiros e quando eu o o Alexandre do #DoQueEuLeio começamos a falar sobre ler algo de Shakespeare foi só unir a sede a vontade de beber.

Apesar de ser uma tragédia, não achei o texto pesado e o final é tão demasiadamente trágico que chega a ser cômico. Varias vezes me coloquei no lugar de uma plateia do século XVI olhando o desenrolar dessa trama e pensando em escanda-los públicos e escondidos das famílias reais europeias e rindo sozinha de mim para mim mesma no meio dos monólogos angustiados e delirantes do Príncipe Hamlet.

Como o titulo do livro anuncia em "Hamlet", Shakespeare nos conta a história de um príncipe melancólico divido a perda precoce do pai e a frustração de ver sua mãe desposar seu tio antes mesmo do fim do período de luto. Somado a esses dois traumas, como se sua melancolia revoltada não fosse suficiente para enlouquecer o vivente, o fantasma de seu pai lhe aparece anunciando uma traição e clamando por vingança.


Como disse Horácio, amigo do Hamlet: "Não sei, mas há algo de pobre no Reino da Dinamarca." e para Hamlet cabe a ele colocar essa podridão em evidência e encontrar para ela um vingança digna de um rei cuja coroa foi indignamente usurpada. Para executar sua vingança nosso herói usa o artificio de "da uma de louco".

Obviamente Hamlet não esperava descobrir com seu ardil o quanto "um homem pode sorrir, sorrir e ser um celerado" não faz nenhum bem. Sua loucura fictícia conduz ele a loucuras concretas, macula o amor dele pela jovem Ofélia, intoxicando a moça com uma loucura real, constrói uma trilha de sangue e tragédia para todos a sua volta.

Apesar do fim arrasador e de realmente ter tido trabalho com a tradução rebuscada de Mario Fondelli e a formatação do texto da coleção "Clássico Econômicos Newton" ter me feito sofrer, adorei a leitura. Furiosamente anotei várias citações das perolas sobre comportamento, sociedade, cultura e politica espalhadas pelo texto de shakespeariano.

Muitas vezes me peguei pensando o quanto foi capcioso escrever, produzir e encenar em um mundo no qual os reis reinavam por “direito divino” uma história na qual a família real era uma verdadeira celerada, fadada ao fracasso por manchas de envenenamento, incesto e traições. Se, nas palavras do próprio autor "um pingo de mal contamina a substancia mais pura", imagine essa quantidade gigantesca de maledicências e crueldades em uma família que advogava para si o titulo de sagrada?

E sim, o autor conhecia muito bem o poder dos atores, como eles influenciam a opinião publica e podem ajudar ou prejudicar caso queiram ou precisem. O próprio Hamlet afirmou: "... os atores são como que o compendio e a crônica do nosso tempo e mais vale que vós tenhais um epitáfio ruim depois de morto do que serdes por eles escarnecidos em vida." (p. 45). Essa passagem é quase uma ameaça, não por acaso os políticos brasileiros proíbem os humoristas de zuar com eles em época de eleição na TV aberta.

Em síntese, não é sem motivos a popularidade da obra de Shakespeare e os muitos estudos sobre ela. Trata-se de um texto rico, com potencial para a reflexão e, mesmo na pior tragédia, com uma dose de comédia. Afinal como não ri diante do dialogo dos coveiros ou do espetáculo de ver um fidalgo e um príncipe se engalfinhando em cima de um caixão diante do Rei e da Rainha?

Apesar da dificuldade com a tradução e a formatação do texto, gostei muito da experiencia de ler Shekespeare. Quero ler muito mais dele, aliás, quero ler TUDO dele.

"Hamlet: príncipe da Dinamarca" contém o monologo mais famoso de todos os tempos, o qual senti necessidade existencial de transcrever por sua genialidade e impacto reflexivo.
"Ser ou não ser... Eis o problema. Será mais nobre suportar as pedradas e as flechadas de uma fortuna cruel, ou pegar em armas contra um mundo de sofrimentos e, resistindo, acabar com eles? Morrer, dormir, nada mais, e com o sono dizer que demos cabo da aflição no coração e das demais enfermidades naturais da carne: consumpção a ser desejada como graça. Morrer, dormir. Dormir? Sonhar, talvez, é este o ponto que nos detém, é a duvida que prolonga por tão largo tempo a vida dos infelizes. Pois quem quereria suportar o chicote e as injúrias do tempo, as injustiças do tirano, as afrontas do orgulhoso, as torturas do amor não correspondido, as demoras da justiça, as insolências do poderoso, os pontapés que o mérito paciente recebe dos indignos, quando ele mesmo poderia alcançar a paz com a mera ajuda da ponta de um punhal? Quem quereria suar e praguejar sob o fardo de uma vida ingrata, não fosse pelo receio das terras incógnitas do além, país do qual ninguém jamais voltou? Eis o que estorva a vontade e nos decide a suportar os males que sofremos, com medo de enfrentarmos outros que não conhecemos. Eis por que as cores vivas da resolução desmaiam no clarão indefinido do pensamento e os projetos de grande alcance e momento perdem o rumo, voltando ao atoleiro da imaginação. Mas... silêncio! Agora a bela Ofélia se aproxima - Ninfa, lembra-te dos meus pecados nas tuas orações." (Shakespeare, "Hamlet: o príncipe da Dinamarca, pg. 48).

terça-feira, 14 de julho de 2015

Quando me encontrei em um livro...

Encontrar-se consigo mesmo dentro de um livro não é raro para pessoas para as quais a leitura é uma rotina. Vez ou outra estamos lá lendo aquele livro e de repente acontece... e quando acontece não é raro que a gente tenha um momento de catarse emocional.

Há alguns dias atrás, a convite do Alexandre Melo me peguei lendo "A lista" da Cecelia Ahern. Não foi meu primeiro encontro com a autora, então apesar de esperar um bom texto e uma boa história, não esperava esse tipo de encontro.

Engraçado, no meu primeiro encontro com a Cecelia espera muito dela e ela me deu bem menos, nesse segundo encontro não esperava nada e ela me deu uma pequena porção de tudo. Bem, isso me leva a pensar que quando dizemos "todos merecem uma segunda chance" é bom incluir autores nisso.

A história contada em "A lista" me pegado desde o começo, sentir empatia pela protagonista nas primeiras páginas, mas foi o encontro com a história da Eva Wu na reta final a minha grande catarse. A Cecelia me enterneceu e surpreendeu!


Não escrevo nesse blog diariamente, mas esse blog tem mini-pretensões à diário e um diário também se faz de pequenos registros... Esse post foi escrito pela minha necessidade de guardar em um lugar quente e pessoal esse acontecimento, mas se alguém desejar saber um pouco mais sobre minhas impressões a respeito desse livro pode passar lá no blog do Alexandre, fiz a resenha do livro para ele e deixo o link.



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Projeto Victor Hugo 2015


No inicio de 2015, livrarias acima... livraria abaixo... eu e o Alexandre atinamos de falar dos clássicos da literatura universal... Conversa vai conversa vem decidimos ler "Os miseráveis" de Victor Hugo, virou nosso projeto pessoal e, depois de uma ou duas protelações aqui e ali, acabamos chamando a nossa experiencia de "Projeto Victor Hugo 2015".

Esse projeto tem se revelado uma verdadeira aventura literária, uma Odisseia literária particular e agradável na qual estamos descobrindo a velha novidade desse autor francês tão comprometido com os problemas sociais e as possibilidades de resolução para eles. Nós nos encantamos a cada capitulo e faze da história e talvez por isso de repente nos vimos na iminentes necessidade de partilhar com o mundo nosso entusiasmo.

E o Alê resolveu convidar os nossos companheiros de virtualidade a ler conosco, fez um banner e me convidou a escrever com ele sobre essa viagem. O nosso post em dupla está disponível no blog dele #DoQueEuLeio

E a proposta eu roubo as palavras do Alê para explicar
"A proposta não é que você pare de ler todos aqueles maravilhosos livros que você já está lendo ou pretende ler e focar só em Os Miseráveis, muito pelo contrário, decidimos fazer uma leitura lenta, degustando a narrativa, e claro, intercalando com outros livros que por acaso deseje ler...
SE você não tem Os Miseráveis, não tem problema, é só uma sugestão. Pode ler outro do autor. E então, escolheu um livro? Ou já está lendo algum desses? Posta no teu Intagram uma foto do teu livro com a hashtag #ProjetoVictorHugo2015 , mas se você já leu, então conta aqui pra gente sua experiência com esses clássico, e se quiser participar dessa jornada com a gente, é só começar. " 
Endossando as palavras dele, deixo aqui o meu convite aos companheiros de virtualidade a encarar essa experiencia.

Em tempo, preciso dizer, tenho consciência de que ano de 2015 não tem sido frutífero em experiencias de escrita aqui nesse blog. Sempre fui uma blogueira sem muita pressa para escrever sobre as coisas, sem agenda fixa, amante da slow blog, mas tenho a impressão de está levando esse descompromisso as rais da loucura... Desculpem as ausências amigos!